Não me faça roubar

Acabei de ler um artigo publicado no Link do Estadão, entitulado Vida Digital — Piratas sem opção e este artigo serviu como uma grande reflexão.

Não é de agora que venho me questionando porque a indústria fonográfica — que não está passando por uma boa fase devido a internet, Napster, Torrents e afins — ainda não criou uma fórmula onde pudesse se manter e facilitar a vida de quem, como eu, gosta de seriados, filmes e músicas. Confesso que não sou de baixar coisas pela internet, prefiro assistir no cinema ou pela TV. Não tenho paciência e tempo de ficar procurando coisas para baixar, na maioria das vezes sou vencido pelo cansaço e acabo esperando a estreia no pay-per-view ou na TV por assinatura.

Mas se houvesse uma maneira fácil e direta de assistir uma estreia, um seriado ou baixar um álbum completo com um preço bastante acessível e sem aquelas frescuras de DRM ou outras limitações, certamente usaria uma parte do meu tão suado dinheiro para adquirir esse conteúdo e poder assistir sem a preocupação de estar fazendo alguma coisa errado. Isso é uma utopia nos dias de hoje, mas espero que a indústria pense em alguma maneira de viabilizar isso.

Atualmente muita gente baixa conteúdo pela internet e poucos estão dispostos a pagar para adquirir um DVD ou Blu-ray. E se as gravadoras encontrassem um modelo para cobrar um valor bem mais baixo, mas permitindo o download pela internet, será que não teria muito mais gente disposta a pagar por esse conteúdo e largar a pirataria?

Foi pensando nisso que um grupo de pessoas que gostam seriados, músicas ou filmes criou um manifesto chamado Não Me Faça Roubar, com o objetivo de mostrar às gravadores que existe um interesse da maioria das pessoas em pagar pelo conteúdo, desde que não seja um valor abusivo e que esse conteúdo venha sem travas, frescuras de DRM e outras limitações. O manifesto possui basicamente 5 critérios: Preço, Facilidade em obter o conteúdo em diversos idiomas (ou permitir a livre tradução), Conveniência, Datas de Lançamentos e Direitos de uso. Posso estar enganado, mas é uma proposta bastante viável para a indústria fonográfica, que está afundando e está com sérias dificuldades de se erguer novamente na era da internet.

Basicamente o manifesto diz o seguinte: Gravadoras, queremos pagar pelo conteúdo, mas não nos amarre!

Espero que as gravadoras consigam encontrar um modelo de negócio sustentável sem tirar a nossa liberdade.

Conheça o manifesto e ajude a divulgar:

http://www.dontmakemesteal.com/pt/

Crédito da foto desse post: http://www.freedigitalphotos.net/